Os compradores de inutilidades
são mais inteligentes do que parecem,
constroem fantasias
e imitam as crianças nas compras.
As pequenas coisas supérfluas
que os seduzem,
conquistam-nos do modo contente
de uma criança
que coleciona búzios na areia do mar.
Sonham com eles fechados nas mãos
porque, se desaparecem,
perdem pedaços do sonho
e choram como um todo-poderoso
a quem tirassem
o mundo recém-construído.
© Jaime Portela, Julho de 2025